
A Rua da Ponte na Década de 1930
A Rua da Ponte, vista de sua interseção com a linha férrea. Provavelmente, fotografia posterior ao ano de 1930, como podemos constatar pelo automóvel em primeiro plano, à esquerda, característico daquela época. O prédio mais à esquerda, que conheci como Cooperativa de Café, ainda não estava com sua construção concluída, como pode ser verificado pelos tijolos aparentes em sua parede lateral.
A rua era mais estreita, beneficiando a calçada mais ampla. Essa relação inverteu-se, anos mais tarde, para favorecer o transito dos automóveis. O beiral da ponte, em elemento vazado, permitia ampla visão do Ribeirão do Carmo, até mesmo para os que passavam pela ponte em seus veículos.
Na esquina com a Rua da Estação, à direita, ainda sem pavimentação, aparece um bueiro para escoamento das águas pluviais, que é o mesmo até hoje, evidenciando a idade do projeto de esgotamento pluvial. Nos dias atuais essa mesma esquina sofre alagamentos frequentes, mesmo em virtude de chuvas moderadas.
A vista da cidade era aberta e livre, com sensação de amplidão, pois a altura das casas era limitada a, no máximo, dois andares. A mais alta edificação era a Igreja. As residências eram soalheiras e a vista panorâmica era acessível a todas. Os telhados eram feitos com telhas francesas de barro.
A iluminação pública era suportada por postes de ferro, constituindo, eles mesmos, elementos ornamentais.
Na calçada, uma menina de pés descalços observa o interior da venda. O homem de terno branco, em pé na esquina, contempla a cidade. Com o pé apoiado no parachoque traseiro, outro homem parece limpar a capota do veículo.
A Rua da Ponte como se apresenta nos dias atuais. A vista da cidade foi cortada pela construção de prédios altos. O comércio ocupou os imóveis em quase toda sua extensão. A obra de arte da ponte foi substituída por uma mureta despojada de estética. A elegânica dos postes de ferro sucumbiram frente aos postes de concreto da Cemig.
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